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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

O sepultamento como humilhação de Cristo

Os três dias de detenção, ou de permanência no sepulcro é o último degrau de sua humilhação, naquele momento a sua alma foi transferida ao Paraíso, o seu corpo foi detido sob os sofrimentos e amarras da morte, como se ele fosse completamente superado e engolido por ela, os seus inimigos enquanto isso triunfaram sobre ele, como se Cristo tivesse por todo cortado [desta vida].

Johannes Wollebius, The Abridgement Christian Divinitie (London, Plough in the New Building in Paules Church, trad. Alexander Ross, 1660), p. 142.

segunda-feira, outubro 14, 2013

John Owen e a cessação dons sobrenaturais

Os dons que em sua própria natureza excedem a plenitude do poder de todas as nossas faculdades, essa dispensação do Espírito há muito tempo cessou, e onde quer que alguém hoje tenha a pretensão dos mesmos, tal pretensão justamente pode ser considerada como suspeita de um engano farsante.

Extraído de John Owen, The work of the Spirit in: The works of John Owen, vol. IV, p. 518.

quarta-feira, setembro 26, 2012

Começando com o conforto

A questão do conforto é colocada e tratada primeiro porque ela incorpora o desígnio e substância do Catecismo [de Heidelberg]. O desígnio é que possamos ser levados à aquisição da certeza e sólido conforto, tanto na vida como na morte. Sobre esta explicação toda divina verdade foi revelada por Deus e especialmente deve ser estudada por nós. A substância deste conforto consiste nisto, que somos inseridos em Cristo pela fé, e que por meio dele somos reconciliados e amados por Deus, e que ele pode cuidar e salvar-nos eternamente.

Extraído de Zacharias Ursinus, The Commentary of Zacharias Ursinus on the Heidelberg Catechism, p. 17.

sexta-feira, agosto 27, 2010

A necessidade da oração

Questão 116: Por que a oração é necessária aos cristãos?
Resposta: Porque ela é a principal parte da gratidão que Deus requer de nós; e também, porque Deus concederá graça e o Espírito Santo somente àqueles que, sinceramente continuarem pedindo a Ele, e terem gratidão por eles.

Extraído de Heidelberg Catechism [versão inglesa de Netherlands Reformed Book and Publishing], pág. 623

O que é oração?

A oração consiste em invocar ao verdadeiro Deus, e o elevar de um reconhecimento e percepção de nossa necessidade, e de um anseio de compartilhar da bondade divina, na verdadeira conversão do coração e confiança na promessa da graça de Cristo o mediador, buscando nas mãos de Deus tais bênçãos espirituais e temporais que sejam necessárias para nós; ou em dar graças a Deus pelos benefícios recebidos.

Extráido de Zacharias Ursinus, Commentary on the Heidelberg Catechism, pág. 619

A necessidade da oração

Questão 96: Por que a oração a Deus é necessária para os cristãos?
Resposta: Primeiro, porque ela é a mais importante parte de nossa gratidão a Deus, sem a qual a verdadeira fé não pode existir. Segundo, porque Deus não deseja dar o Espírito Santo, a eterna salvação, e todas as coisas que beneficiam àqueles que desprezam ou não reconhecem os seus dons, mas somente àqueles que oram sincera e incessantemente, e glorifica-o por estes dons.

Extraído de Zacharias Ursinus, The Smaller Catechism, pág. 159

A verdadeira oração

Questão 225: Como é a verdadeira invocação a Deus?
Resposta: Ela é um ardente anseio da alma pela qual, de acordo com os seus mandamentos e promessas, pedimos e esperamos por dádivas espirituais e físicos procedentes somente de Deus, por causa de Cristo; ou, ela é ações de graça a Deus pelos dons recebidos.

Extraído de Zacharias Ursinus, Larger Catechism, pág. 205

A necessidade da oração

Questão: É a oração necessária?
Resposta: Sim, ela é um meio de se obter o que Deus ordenou (Invoca-me no dia da angústia; e eu te livrarei, e tu me glorificarás. Sl 50:15, ARA).

Extraído de A. Hellenbroek, A Specimen of Divine Truths, pág. 81

quinta-feira, agosto 26, 2010

Definição de oração

Oração é falar a Deus com verdadeira e humilde contrição do coração acerca daqueles assuntos que estão de acordo com a sua santa vontade. Ela é tanto a invocação de Deus como ações de graças.

Extraído de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae, pág. 203

Definição de oração

Oração é uma conversa familiar com Deus, em nome de Cristo (Jo 5:14) expondo os desejos de nossos corações a dEle: e o elevar de nossas mentes, e um derramar de nosso coração diante de Deus; para o mais amplo e livre frutificar de coisas boas que necessitamos (Sl 50:15; Jr 33:3; Lm 2:19; Fp 4:6).

Extraído de Archebishop James Ussher, A Body of Divinity, pág. 309

A comunhão da oração

Oração é a conversa que Deus permite-nos manter com Ele, enquanto estamos aqui embaixo. Ela é a linguagem que a criatura usa para se comunicar com o Criador, e que a alma de um santo muitas vezes recorre para aproximar de Deus, experiências de grande deleite e, deste modo, habita com seu Pai celestial por um curto período de tempo, antes que ele vá para o céu.

Extraído de Isaac Watts, A guide to Prayer, pág. 8

Oração e afeição

"Oração é uma apresentação devota de nossa vontade diante de Deus, de modo que Ele pode ser, como ela foi, afeiçoado por ela."

Extraído de William Ames, The Marrow of Theology, pág. 258

quinta-feira, junho 17, 2010

A Escritura é a verdade

Não existe nada nelas que não mereça ser de Deus, nada que seja contrário a sua verdade e credibilidade, a sua pureza e santidade, a sua sabedoria e bondade, ou as perfeições de sua natureza. Não existe falsidade, nem contradição nelas. Podem ser chamadas com grande propriedade, como o são, as Escrituras da Verdade e a Palavra da Verdade.

Extraído de John Gill, Body of Divinity, pág. 14

quarta-feira, agosto 26, 2009

O que é justificação?

Justificação é o livre ato de Deus, pelo qual o eleito, para a glória da plena satisfação de Cristo, é absolvido do pecado e declarado justo, herda a vida eterna.

Extraído de Johannes Wollebius, Compendium Theologiae Christianae in: John W. Beardslee III, org., Reformed Dogmatics, pág. 164

terça-feira, junho 17, 2008

O que foi o Puritanismo inglês?

O Puritanismo inglês foi essencialmente um movimento teológico enfatizando a teologia pactual, predestinação e uma liturgia na igreja reformada? Ou, foi o cerne de assuntos políticos afirmando os inalienáveis direitos de consciência diante de Deus, o governo da lei natural acima dos tribunais que reinvindicavam arbitraridade, a dependência do rei do parlamento, a fundação da autoridade estatal em pessoas? Algumas pesquisas modernas apontam para uma terceira possibilidade, que a essência do Puritanismo foi a sua piedade, uma ênfase na conversão e numa sincera religião.

Extraído de Richard M. Hawkes, "The Logic of Assurance in English Puritan Theology" in: Westminster Theological Journal, 52 [1990], pág. 247

quarta-feira, maio 16, 2007

O Catecismo Menor de John Owen

Perg. Onde podemos encontrar toda a verdade acerca de Deus e a nosso respeito, que necessitamos aprender?
Resp. Na da santa Escritura, a Palavra de Deus. – Cap. 1 do Catecismo Maior.

Perg. Qual o ensino da Escritura do que Deus é?
Resp. Um eterno e santíssimo Espírito, sendo doador de todas as coisas, e realiza com elas tudo quanto lhe agrada. – Cap. 2.

Perg. Há somente um Deus?
Resp. Um somente, no que concerne a sua essência e Ser, mas um em três distintas Pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. – Cap. 3.

Perg. Além disto, o que é declarado na Palavra acerca de Deus, que temos a obrigação de saber?
Resp. Os Seus decretos e as Suas obras. – Cap. 4.

Perg. O que são os decretos de Deus no que se refere a nós?
Resp. O Seu eterno propósito, da salvação apenas por Jesus Cristo, para a adoração de sua glória, e a condenação dos demais em seus pecados. – Cap. 5.

Perg. O que são as obras de Deus?
Resp. São os atos ou realizações do seu poder, pelos quais criou, sustenta, e governa todas as coisas. – Cap. 6.

Perg. O que é-nos exigido em relação ao Todo-Poderoso Deus?
Resp. Santidade e obediência espiritual, de acordo com a sua lei, que nos foi entregue. – Cap. 7.

Perg. Somos capazes de cumprir esta exigência por nós mesmos?
Resp. Não, de modo algum, sendo por natureza em toda boa obra reprovados. – Cap. 7

Perg. Como nos passamos para este estado, sendo que fomos, primeiramente, criados à imagem de Deus, em justiça e inocência?
Resp. Pela queda de nossos primeiros pais, que quebraram o pacto de Deus, perdendo a sua graça, e merecendo a sua maldição. – Cap. 8

Perg. De que modo, podemos ser salvos deste miserável estado?
Resp. Somente por Jesus Cristo. – Cap. 9

Perg. O que é Jesus Cristo?
Resp. Deus e homem, unidos em uma pessoa para ser um mediador entre Deus e o homem. – Cap. 10.

Perg. O que ele é por nós?
Resp. Um Rei, um Sacerdote e um Profeta. – Cap. 11.

Perg. De que modo ele exerce o seu poder real sobre nós?
Resp. Em converter-nos a Deus pelo seu Espírito, dominando-nos para a sua obediência, e corrigindo-nos pela sua graça. – Cap. 12.

Perg. De que modo o exercício de seu ofício sacerdotal é por nós?
Resp. Oferecendo a si mesmo como um sacrifício aceitável sobre a cruz, satisfazendo deste modo, a justiça de Deus pelos nossos pecados, e removendo a sua maldição de nossas pessoas, e trazendo-nos a Ele. – Cap. 13.

Perg. De que modo Cristo exerce o seu ofício profético para nós?
Resp. Revelando aos nossos corações, do íntimo do Pai, o caminho e a verdade, através da qual, precisamos ir a Ele. – Cap. 13.

Perg. Em que condição Jesus Cristo exerce estes ofícios?
Resp. Ele o fez num estado inferior de humilhação na terra, mas, agora num glorioso estado de exaltação no céu. – Cap. 14.

Perg. Por quem Cristo realizou todas estas coisas?
Resp. Somente pelos eleitos. – Cap. 15.

Perg. O que é a igreja de Cristo?
Resp. A universal comunhão dos eleitos de Deus, chamados para a adoção de filhos. – Cap. 16.

Perg. Como podemos nos tornar membros desta igreja?
Resp. Por uma fé vivificadora. – Cap. 17.

Perg. O que é a fé vivificadora?
Resp. Um garantido descanso da alma sobre as promessas de Deus, da misericórdia em Cristo Jesus, para o perdão dos pecados, aqui e na glória. – Cap. 18.

Perg. Como podemos ter esta fé?
Resp. Pela eficaz obra do Espírito de Deus em nossos corações, livremente chamando-nos do estado natural para o estado de graça. – Cap. 18.

Perg. Somos considerados justos pela nossa fé?
Resp. Não, mas tão somente pela justiça de Cristo, livremente imputada a nós, e recebida pela fé. – Cap. 19.

Perg. Não há nada mais exigido de nós do que a fé somente?
Resp. Sim, também o arrependimento, e a santidade. – Cap. 20.

Perg. O que é arrependimento?
Resp. Um abandono de todo pecado, com sincera tristeza pelo que temos cometido. – Cap. 20.
Perg. Qual é a santidade que é exigida de nós?
Resp. A obediência universal a toda vontade de Deus que nos é revelada. – Cap. 20.

Perg. Quais são os privilégios dos crentes?
Resp. Primeiro, a união com Cristo; segundo, a adoção de filhos; terceiro, a comunhão dos santos; quarto, o direito aos selos do novo pacto; quinto, a liberdade cristã; sexto, a ressurreição do corpo à vida eterna. – Cap. 21.

Perg. O que são os sacramentos, ou selos do novo pacto?
Resp. São os selos visíveis das promessas espirituais de Deus que nos foram feitas no sangue de Jesus Cristo. – Cap. 22.

Perg. Quais são eles?
Resp. O Batismo e a Ceia do Senhor.

Perg. O que é o Batismo?
Resp. Uma santa ordenança, pela qual, aspergindo água, conforme com a instituição de Cristo pela sua graça somos feitos filhos de Deus, e temos as promessas do pacto selada em nós. – Cap. 23.

Perg. O que é a Ceia do Senhor?
Resp. Uma santa ordenança de Cristo, designada para comunicar espiritualmente aos crentes seu o corpo e sangue, sendo representados pelo receber do pão e vinho abençoados, partido, bebido.

Perg. Quem tem direito a estes sacramentos?
Resp. Somente aqueles que têm por Cristo um interesse pela fé. – Cap. 24

Perg. O que é a Comunhão dos Santos?
Resp. Um santo ajuntamento entre todo o povo de Deus, participantes do mesmo Espírito, e membros do mesmo corpo místico. – Cap. 25.

Perg. Qual é o fim de toda esta dispensação?
Resp. A glória de Deus em nossa salvação.

Glória seja a Deus nas alturas!

Extraído de John Owen, Works' John Owen in: Christian Master Library CD-Room.

sexta-feira, maio 11, 2007

Prefácio de John Owen aos seus Catecismos

Aos meus entes amados e amigos cristãos[1]

Irmãos

O desejo do meu coração e súplica a Deus por vocês, é que todos sejam salvos. Também, afirmo a verdade em Cristo, não minto, pois minha consciência me leva a testemunhar no Espírito Santo, que, com grande desconforto, e contínua tristeza em meu coração, pois, há quem dentre vocês, que anda desordenadamente e não busca o Evangelho, pouco se esforçando para familiarizar-se com os mistérios da divindade; pois estes que assim procedem, de quem tenho falado, muitas vezes chorando, e agora continuo afirmando com tristeza, que eles são inimigos da cruz de Cristo, o seu fim é a destruição, pois o seu deus é seu ventre, e a sua mente é mundana. Irmãos, vocês conhecem como tenho me portado dentre vocês, e da maneira como passei aqueles poucos anos, e como nada tenho omitido (o máximo da atribuição a mim confiada), e que para vocês fosse proveitoso; mas, tenho lhes apresentado e ensinado, publicamente, e de casa em casa, testificando a todos do arrependimento que deve ser dirigido a Deus, e da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Então, com a sinceridade que tenho exercido, com aquele sucesso por vocês recebido, Deus o justo Juiz um dia declarará; pois, diante dEle, tanto vocês, como eu apareceremos, para prestarmos conta da dispensação do glorioso Evangelho entre nós; - entretanto, o desejo do meu coração é ser servo, o menor entre vocês na obra do Senhor; e que de algum modo, consiga conceder para vocês algo proveitoso, - a cada um ou a suas famílias. Então, dentre os meus esforços desta natureza, depois da ordenança da pregação pública da Palavra, não há, eu creio, nada mais necessário (como todos admitirão que sabem da situação deste lugar, o que tenho ensinado nesses últimos dias, àquelas pessoas totalmente ignorantes) do que a catequização; que tem me motivado separar algumas horas, para a compilação deste texto, o que também, tenho procurado imprimir, porque simplesmente uma pequena parte da paróquia é capaz de lê-lo; - minha intenção nestes catecismos, é principalmente firmar aquelas verdades necessárias em que vocês foram em minha pregação mais plenamente instruídos. Como eles são e o seu uso lhes apresentarei num resumo abaixo:

1. O Catecismo Menor pode ser estudado por todos os jovens,[2] podendo ser lido, para que se responda a todas as suas questões.
2. O Catecismo Maior trará à sua mente muito do que lhes foi ensinado em público, especialmente acerca da Pessoa e ofícios de Jesus Cristo.
3. Além do que, vocês podem ser auxiliados ao instruir as suas famílias [no culto doméstico] com o Catecismo Menor, sendo assim edificado, para mais uma parte, onde cada capítulo é estudado em desdobramento de uma questão a outra.
4. Os textos citados da Escritura devem ser cuidadosamente procurados e analisados, para que saibam indicar onde estes ensinos assim estão.
5. Lendo a Palavra vocês podem ter luz no significado de muitos lugares, considerando que eles são escolhidos para confirmação.
6. Deixei de comentar a doutrina dos Sacramentos, porque já tenho examinado tão freqüentemente acerca deles.
7. Omiti completamente acerca da prática dos deveres morais, pois, pela assistência de Deus, tenciono fazer lhes uma breve explicação da Oração do Senhor, e os Dez Mandamentos, com alguns artigos do Credo, não discorrendo estes assuntos, por si mesmos, mas pelo método de pergunta e resposta.

Assim, em tudo isto, como as aflições foram minhas, oro para que o benefício possa ser de vocês, e a adoração seja Dele, a quem somente todo bem que há nisto, ou alguma coisa além, que Lhe seja atribuído. Então, que o Deus do céu continue com aquela paz, amor e comunhão entre nós, que até aqui tem sido inabalável, nestes tempos divididos, e permita que o aroma e o reino do Seu Filho possa ser gloriosamente em seus corações, edificado; que as coisas concernentes a sua paz, não sejam ocultadas dos seus olhos naquele dia; sendo esta a oração diária do...

Seu servo na obra do Senhor,
John Owen
Do meu estudo,
Setembro de 1645.

Notas:
[1] O inglês utilizado por John Owen é muito arcaico (1645), e a sua estrutura de pensamento é difícil de acompanhar, todavia, na tradução houve a tentativa de simplificar a sua linguagem.
[2] Certamente Owen pressupõe aqui adolescentes e crianças.

Extraído de John Owen, Works' John Owen in: Christian Master Library CD-Room.