Mostrando postagens com marcador História da Teologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador História da Teologia. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, abril 17, 2020

Declaração de inocência de Jan Hus

Jan Hus declarou a sua inocência diante da acusação de heresia. Este foi o seu testemunho escrito:

Eu, Jan Hus, na esperança do sacerdócio de Jesus Cristo, com medo de ofender a Deus e com medo de perjúrio, por meio desta, declaro minha falta de vontade de abjurar todos ou quaisquer dos artigos produzidos contra mim por falsas testemunhas. Pois Deus é minha testemunha de que eu não os preguei, nem os afirmei nem os defendi, embora eles digam que eu o fiz. Além disso, com relação aos artigos que eles extraíram de meus livros, digo que detesto qualquer interpretação falsa que alguém tenha feito deles. Mas à medida em que tenho medo de ofender a verdade ou contradizer a opinião dos doutores da Igreja, não posso abjurar nenhum deles. E se fosse possível que minha voz agora alcançasse o mundo inteiro como no Dia do Julgamento, todas as mentiras e todos os pecados que cometi serão manifestos, então eu alegremente abjurarei diante de todo mundo todas as falsidades e erros que eu, ou aquelas que imaginam que eu disse, ou realmente disse!

Eu digo que escrevo isso por minha própria vontade e escolha.

Escrito com minha própria mão, no primeiro dia de julho.

Herbert B. Workman and R. Martin Pope, eds., The Letters of John Hus (London: Hodder and Stoughton, 1904), pp. 275-276.

quarta-feira, novembro 15, 2017

Bispos e presbíteros - iguais e distintos

Aprendemos com uma revisão das igrejas desde a época dos apóstolos, que também pareceu bem ao Espírito Santo que entre os presbíteros, a quem a administração eclesiástica é principalmente comissionada, que exerçam cuidados singulares com as igrejas e os ministérios sagrados e com esse cuidado e preocupação presidam todos os outros (Atos 20:28). Por esse motivo, o nome do bispo foi especialmente atribuído a esses principais administradores das igrejas, mesmo que estes não decidam nada sem a consulta dos demais presbíteros, que também são chamados bispos nas Escrituras por causa deste ministério comum (Fp 1:1; Tt 1:7).

Martin Bucer, De Regno Christi in: Willhelm Pauck, ed., Melanchthon and Bucer, p. 248.

sexta-feira, outubro 13, 2017

A Forma de Juramento Prescrito Para os Ministros da Igreja de Genebra

Aprovado pelo Consistório Menor em 17 de Julho de 1542

A forma e apresentação do juramento e da promessa que os ministros do evangelho, admitidos e recebidos na cidade de Genebra devem fazer diante do Nobre Sindico e do Conselho da referida cidade, será da seguinte forma:

Prometo e juro que no ministério, para o qual sou chamado, servirei fielmente diante de Deus, afirmando puramente a sua Palavra para a edificação desta igreja a que ele vinculou-me; que não abusarei de sua doutrina para servir minhas preferências carnais, nem agradarei a qualquer homem, mas que a empregarei com consciência pura no serviço da sua glória e para proveito do seu povo, ao qual sou devedor. Igualmente prometo e juro defender as Ordenanças Eclesiásticas conforme aprovadas pelos Conselhos Menor e Maior desta cidade e, à medida em que eu for encarregado de administrá-las, inocentando-me lealmente, sem dar lugar ao ódio, sem favores de preferências, ou à vingança, nem a qualquer outro sentimento carnal, e, em geral, cumprir o que é próprio de um bom e fiel ministro. Em terceiro lugar, eu juro e prometo guardar e manter a honra e o bem-estar dos nobres e da cidade de Genebra, esforçando-me, na medida do possível, para que as pessoas continuem em paz e na benéfica unidade sob o governo do Conselho, e não consentindo, de modo algum, que alguém os viole. Finalmente, eu prometo e juro, por estar sujeito ao governo e constituição desta cidade, mostrar um bom exemplo de obediência a todos, sendo da minha parte, sujeito às leis e aos magistrados, tanto quanto o meu ofício permitir; isto é, sem prejuízo da liberdade que devemos ter ao ensinar de acordo com o que Deus nos ordena e fazer as coisas que pertencem ao nosso ofício. E, concluindo, prometo servir aos nobres e as pessoas de tal maneira, desde que não seja impedido de prestar a Deus o culto que lhe devo em minha vocação.

Extraído de J.K.S. Reid, ed., Calvin: Theological Treatises, pp. 71-72.

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Subscrição conciliar no Sínodo de Dort [1618]

"Eu prometo diante de Deus, em quem eu creio, e a quem eu adoro, como estando presente neste lugar, e como sendo o perscrutador de todos os corações, que durante o andamento dos procedimentos do Sínodo, que examinará e decidirá, não somente os cindo pontos, e todas as diferentes implicações resultantes deles, bem como qualquer outra doutrina, eu não usarei de nenhum escrito humano, senão somente da Palavra de Deus, que é uma infalível regra de fé. E durante todas estas discussões, eu somente visarei na glória de Deus, a paz da Igreja e, especialmente a preservação da pureza da doutrina. Deste modo, ajude-me meu Senhor Jesus. Eu lhe imploro a assistência de seu Espírito Santo."

Fred H. Klooster, “The Doctrinal Deliverances of Dort” in: Crisis in the Reformed Churches – Essays in Commemoration of Great Synod od Dort 1618-1619, Peter Y. De Jong, ed., p. 79.

quarta-feira, setembro 26, 2012

Começando com o conforto

A questão do conforto é colocada e tratada primeiro porque ela incorpora o desígnio e substância do Catecismo [de Heidelberg]. O desígnio é que possamos ser levados à aquisição da certeza e sólido conforto, tanto na vida como na morte. Sobre esta explicação toda divina verdade foi revelada por Deus e especialmente deve ser estudada por nós. A substância deste conforto consiste nisto, que somos inseridos em Cristo pela fé, e que por meio dele somos reconciliados e amados por Deus, e que ele pode cuidar e salvar-nos eternamente.

Extraído de Zacharias Ursinus, The Commentary of Zacharias Ursinus on the Heidelberg Catechism, p. 17.

sexta-feira, abril 27, 2012

O objetivo do culto reformado

O que distingue a adoração Reformada é mais a sua teologia do que a sua prática particular. A tradição presbiteriana/reformada de culto a Deus é para a glória a Deus. O nosso “principal fim” é glorificar a Deus. Assim, a adoração nas igrejas Reformadas tem muitas vezes designada pelo objetivo – o foco é Deus e não as afeições religiosas.

Extraído de D.G. Buttrick, “Worship, Presbyterians and,” in: Mark A. Noll, ed., Dictionary of the Presbyterian & Reformed Tradition in America, p. 281.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

O que é Calvinismo?

Sob o nome de Calvinismo se conhece o sistema de pensamento que temos recebido de Calvino. Ainda que não fora o autor das ideias que em si mesmo se propugnam, atribui-se a Calvino como o máximo expoente das mesmas. Os pontos de vista teológicos de Calvino, junto com os outros grandes líderes da reforma protestante, são considerados como um avivamento do pensamento agostiniano que, por sua vez, nada mais foi do que um avivamento dos ensinos quem em séculos anteriores foram recebidos do apóstolo Paulo. Mas foi Calvino quem para o tempo moderno apresentou estes ensinos de forma sistemática e, sob as específicas características que hoje conhecemos pelo nome de Calvinismo.

Extraído de H. Henry Meeter, La Iglesia e el Estado, pp. 11-12

quinta-feira, junho 30, 2011

Cristologia Kenótica: uma distorção teológica

A Cristologia Kenótica é inaceitável, porque o Filho de Deus é imaginado ser outro, menos do que realmente é. Ela implica uma (parcial) anulação de sua divindade ou uma temporária anulação de sua existência divina. Concordamos com Korff que é necessário que Deus realmente venha à nós, mas, que é igualmente necessário que em vir à nós, Ele verdadeiramente se mantenha Deus.

Extraído de J. van Genderen & W.H. Velema, Concise Reformed Dogmatics, pág. 469

sexta-feira, agosto 28, 2009

Breve biografia de Wilhelmus à Brakel

Wilhelmus à Brakel[1] (um contemporâneo de eminentes teólogos da Segunda Reforma Holandesa, tais como Witsius, Voetius, Van Lodenstein, Koelman e Hellenbroek) nasceu em 2 de Janeiro de 1635, em Leeuwarden, nos Países Baixos. Ele foi o único filho de Dirck Gerrits van Brakel, posteriormente conhecido como Theodorus à Brakel.

Wilhelmus teve o inestimável privilégio de ser educado por dois pais mui piedosos, que foram gratos ao testemunhar que o seu filho temeu ao Senhor desde o início de seus dias. O seu pai foi um renomado ministro na província de Friesland, e um homem de extraordinária piedade. Os seus pais lutaram em oração para que o seu filho pudesse ser usado pelo Senhor como um poderoso instrumento em Seu serviço. E agradou ao Senhor responder as suas orações além da expectativa.[2]

à Brakel estudou teologia em Franeker e em Utrecht, e foi particularmente influenciado por seu mentor, Gisbertus Voetius. Com a idade de vinte e quatro anos ele foi ordenado um ministro do evangelho. Os seus sermões eram Cristocêntricos, ricos em conteúdo evangélico, experimentais e direcionados àqueles que estavam presentes.

à Brakel serviu quatro congregações em sua província nativa da Friesland: Exmorra (1662-1665), Stavoren (1665-1670), Harlingen (1670-1673) e em sua terra natal, a capital da Friesland, Leeuwarden (1673-1683). O jovem ministro começou o seu ministério em Exmorra - uma díficil congregação - com grande zelo. Um contemporâneo disse-lhe que ele deveria sepultar a si do mesmo modo como estava aquele vilarejo. O seu diligente esforço em Friesland foi ricamente abençoado pelo Senhor. O Espírito Santo evidenciou fluir a Si mesmo pela fiel pregação do evangelho do Senhor Jesus Cristo.

Todavia, o seu período em Friesland provou ser uma preparação para uma tarefa ainda maior que o Senhor tinha preparado para ele em Rotterdam - o seu final e mais longo pastorado (1683-1711). Durante este pastorado ele envolveu-se numa longa e frutífera batalha contra os Labadistas, empenhando-se por uma igreja pura aqui sobre a terra, corajosamente resistindo a tentativa do governo de intrometer-se nos negócios da igreja, e escreveu a sua magnum opus The Christians Reasonable Service - o maduro fruto de seu labor ministerial.

Após um frutífero ministério de quarenta e nove anos, agradou o Senhor receber o seu eminente teólogo - afetuosamente referido pelos piedosos como "o Pai Brakel" - tomando-o para Si em 1711, com a idade de setenta e seis anos, para receber a recompensa de um servo fiel.

Notas:
[1] Nota do tradutor: Embora também seja um resumo, a biografia de à Brakel pode ser lida em Joel R. Beek & Randall J. Pederson, MEET the PURITANS (Reformation Heritage Books, 2006), págs. 745-752.
[2] Nota do tradutor: A providência de Deus o preparou para servir no ministério pastoral. Sabe-se que ele "nasceu em 2 de Janeiro de 1635, em Leeuwarden, sendo único filho de Margaretha Homma e Theodorus à Brakel, um pastor reformado de extraordinária piedade que tornou-se conhecido por seu De Trappen des Geestelycken Levens [Os Passos da Graça na Vida Espiritual]. Wilhelmus e suas cinco irmãs foram educados num lar caracterizado pelo temor de Deus. Wilhelmus foi convertido ainda garoto, provavelmente sob a pregação de seu pai e as orações e exortações de sua mãe. Ele freqüentou a Escola de Latim em Leeuwarden, e então entrou na Academia de Franeker com a idade de dezenove anos, em 1654. Ao completar os seus estudos em 1659, o presbitério de Leeuwarden o admitiu no ministério pastoral. Devido a necessidade de vagas naquele período, à Brakel continuou o seu treinamento teológico por mais alguns anos em Utrecht sob a orientação de Gisbertus Voetius e Andreas Essenius" in: J.R. Beek & R.J. Pederson, MEET the PURITANS, pág. 745.

Extraído de Wilhelmus à Brakel, The Christian's Reasonable Service, vol. 1, nota da sobrecapa.

quarta-feira, julho 01, 2009

Heidelberg e os Meios de Graça

O Espírito Santo ordinariamente produz fé (conforme temos falado) em nós pelo ministério eclesiástico, que consiste de duas partes, a palavra e os sacramentos. O Espírito Santo opera a fé em nossos corações pela pregação do evangelho; e, cuida, confirma e sela-a pelo uso dos sacramentos.

Zacharias Ursinus, The Commentary of Dr. Zacharias Ursinus, p. 340

terça-feira, junho 17, 2008

O que foi o Puritanismo inglês?

O Puritanismo inglês foi essencialmente um movimento teológico enfatizando a teologia pactual, predestinação e uma liturgia na igreja reformada? Ou, foi o cerne de assuntos políticos afirmando os inalienáveis direitos de consciência diante de Deus, o governo da lei natural acima dos tribunais que reinvindicavam arbitraridade, a dependência do rei do parlamento, a fundação da autoridade estatal em pessoas? Algumas pesquisas modernas apontam para uma terceira possibilidade, que a essência do Puritanismo foi a sua piedade, uma ênfase na conversão e numa sincera religião.

Extraído de Richard M. Hawkes, "The Logic of Assurance in English Puritan Theology" in: Westminster Theological Journal, 52 [1990], pág. 247

segunda-feira, setembro 24, 2007

A doutrina da ordenação na Assembléia de Westminster

Ordenação é o ato solene de chamar publicamente um oficial, em que os presbíteros da igreja, em nome de Cristo, e para a igreja, por um sinal visível, designam a pessoa, e ratificam a sua dedicação para o seu ofício; com oração e abençoando os seus dons para a ministração.


Extraído de John Lightfoot, Journal of the Proceedings of the Assembly of Divines (London, 1824), p. 115 citado por Brian Schwetley, A Historical and Biblical Examination of Woman Deacons (texto não publicado) consultado: www.reformedonline.com/view/reformedonline/deacon.htm em 07/03/2007.

sexta-feira, agosto 04, 2006

Quão discutida é a predestinação!

O exame sério desta grande doutrina [da predestinação] nos conduzirá aos mais profundos e inacessíveis temas que possam ocupar a mente dos homens - a natureza e os atributos, os propósitos e operações do infinito e incompreensível Jeováh - vistos de maneira especial em suas relações com o destino eterno de suas criaturas inteligentes. A natureza peculiar do tema exige, e com razão, que sempre nos aproximemos e o consideremos com a mais profunda humildade, cautela e reverência, já que isto trata, por um lado, de um tema tão terrível e assustador como é o da miséria eterna de uma multidão incalculável de nossos semelhantes. Muitos têm discutidos o tema neste espírito, mas também há outros que se dão à especulação presunçosa e irreverente. É possível, que não exista outro tema que tenha chamado mais atenção dos homens em todas as épocas. Tal tema é discutido as suas implicações em todas as suas relações, tanto filosóficas, teológicas e práticas; e se há algum tema de especulação com relação ao qual nos for lícito dizer que tenha sido esgotado, é este.

Extraído de William Cunningham, Historical Theological, vol. II, p. 418.