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quarta-feira, março 18, 2020

Os votos matrimoniais escritos por João Calvino

“Você, N., confessa diante de Deus e de sua santa congregação que você assume e recebe como sua esposa e cônjuge N. aqui presente, a quem promete proteger, amá-la e mantê-la fielmente, como é o dever de uma pessoa verdadeira e fiel marido de sua esposa, vivendo piedosamente com ela, mantendo fé e lealdade a ela em todas as coisas, de acordo com a santa Palavra de Deus e seu santo Evangelho?"

"Você, N., confessa diante de Deus e de sua santa assembleia que você assume e recebe N. como seu legítimo marido, a quem promete obedecer, servindo e estando sujeito a ele, vivendo piedosamente, mantendo fé e lealdade a ele em todas as coisas, como uma esposa fiel e leal deve ser ao marido, de acordo com a Palavra de Deus e o santo Evangelho?”


JohnWitte, Jr., “Marriage Contracts, Liturgies, and Properties in Reformation Geneva” in: Philip L. Reynolds and John Witte, Jr., orgs., To Have and to Hold - Marrying and Its Documentation in Western Christendom, 400–1600 (Cambridge, Cambridge University Press, 2007), p. 461.

terça-feira, novembro 21, 2017

Sistema de governo eclesiástico

Hans Hillerbrand observa que "a adoção de uma ordem eclesiástica para Genebra foi o preço exigido para o retorno de Calvino em 1541. Esboçado pelo próprio Calvino, e posteriormente um pouco modificado, esta ordem apresentou uma igreja de acordo com o paradigma bíblico e além disso, permitir que Calvino colocasse o seu entendimento da vida da igreja em prática". Ele ainda comenta que "uma das mais marcantes características das Ordenanças, bem como das demais ordens eclesiásticas na tradição calvinista modeladas depois dela, foi a provisão para a disciplina eclesiástica e a supervisão do comportamento das pessoas. Esta disciplina seria exercida pelo consistório, compondo-se dos ministros e doze presbíteros, que deveriam suprimir desvios morais e teológicos". Hans J. Hillerbrand, ed., The Protestant Reformation, pp. 172-173.

sexta-feira, outubro 13, 2017

A Forma de Juramento Prescrito Para os Ministros da Igreja de Genebra

Aprovado pelo Consistório Menor em 17 de Julho de 1542

A forma e apresentação do juramento e da promessa que os ministros do evangelho, admitidos e recebidos na cidade de Genebra devem fazer diante do Nobre Sindico e do Conselho da referida cidade, será da seguinte forma:

Prometo e juro que no ministério, para o qual sou chamado, servirei fielmente diante de Deus, afirmando puramente a sua Palavra para a edificação desta igreja a que ele vinculou-me; que não abusarei de sua doutrina para servir minhas preferências carnais, nem agradarei a qualquer homem, mas que a empregarei com consciência pura no serviço da sua glória e para proveito do seu povo, ao qual sou devedor. Igualmente prometo e juro defender as Ordenanças Eclesiásticas conforme aprovadas pelos Conselhos Menor e Maior desta cidade e, à medida em que eu for encarregado de administrá-las, inocentando-me lealmente, sem dar lugar ao ódio, sem favores de preferências, ou à vingança, nem a qualquer outro sentimento carnal, e, em geral, cumprir o que é próprio de um bom e fiel ministro. Em terceiro lugar, eu juro e prometo guardar e manter a honra e o bem-estar dos nobres e da cidade de Genebra, esforçando-me, na medida do possível, para que as pessoas continuem em paz e na benéfica unidade sob o governo do Conselho, e não consentindo, de modo algum, que alguém os viole. Finalmente, eu prometo e juro, por estar sujeito ao governo e constituição desta cidade, mostrar um bom exemplo de obediência a todos, sendo da minha parte, sujeito às leis e aos magistrados, tanto quanto o meu ofício permitir; isto é, sem prejuízo da liberdade que devemos ter ao ensinar de acordo com o que Deus nos ordena e fazer as coisas que pertencem ao nosso ofício. E, concluindo, prometo servir aos nobres e as pessoas de tal maneira, desde que não seja impedido de prestar a Deus o culto que lhe devo em minha vocação.

Extraído de J.K.S. Reid, ed., Calvin: Theological Treatises, pp. 71-72.

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Teoria Política e Calvinismo

Reconhecendo o tradicional ensino calvinista da depravação total das pessoas, Althisius enfatizou que Deus criou pessoas como seres morais, afetivos, comunicativos e sociais, e enquanto vivem são mais completamente preenchidos de relacionamentos simbióticos com outros com quem podem compartilhar os seus corpos e almas, suas vidas e espíritos, seus bens e direitos. Assim, enquanto pessoas nascem livres, iguais e distintas, elas são por natureza e necessidade inclinadas à formar associações – casamentos e famílias, clubes e corporações, cidades e províncias, estados, nações e impérios. Cada uma destas associações, desde o mais simples lar até o mais vasto império, é formado por um mútuo pacto consensual, ou contrato juramentado por todos os membros daquela associação diante de cada um e de Deus.

John Witte Jr., “Law, Authority, and Liberty in Early Calvinism” in: David W. Hall & Marvin Padgett, eds., Calvin and Culture – Exploring a Worldview , p. 32.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

O que é Calvinismo?

Sob o nome de Calvinismo se conhece o sistema de pensamento que temos recebido de Calvino. Ainda que não fora o autor das ideias que em si mesmo se propugnam, atribui-se a Calvino como o máximo expoente das mesmas. Os pontos de vista teológicos de Calvino, junto com os outros grandes líderes da reforma protestante, são considerados como um avivamento do pensamento agostiniano que, por sua vez, nada mais foi do que um avivamento dos ensinos quem em séculos anteriores foram recebidos do apóstolo Paulo. Mas foi Calvino quem para o tempo moderno apresentou estes ensinos de forma sistemática e, sob as específicas características que hoje conhecemos pelo nome de Calvinismo.

Extraído de H. Henry Meeter, La Iglesia e el Estado, pp. 11-12

terça-feira, julho 20, 2010

segunda-feira, agosto 27, 2007

A influência do sistema calvinista

O sistema de Calvino é reflexo de sua mente - severa, grande, lógica, ousada - para elevar-se às alturas; contudo, humilde em retornar sempre às Escrituras como sua base. Fundamentando-se no trono de Deus, Calvino percebe tudo à luz do decreto eterno divino. O homem em seu estado de pecado perdeu a sua libertade espiritual e o poder de fazer algo que seja verdadeiramente bom, ainda que Calvino admita livremente a existência da virtude natural, e a atribua à operação da divina graça, inclusive em seu estado não regenerado (Institutas II. 2. 12-17). A providência de Deus governa e abrange tudo, tanto o natural como o espiritual. Tudo o que acontece é o iluminar do conselho eterno. Tudo o que é atraído ao reino de Deus, o é por um ato livre da graça, e ainda assim a omissão dos não salvos deve ser atribuída a uma origem na vontade divina eterna, por mais misteriosa que seja. A vontade de Deus, deste modo, contém em si as razões últimas de tudo o que existe. Não é arbitrária, mas, uma vontade santa e boa, ainda que as razões do que ocorre na realidade no governo do mundo nos sejam inescrutáveis.

A comunidade de sua Igreja se extende a muitos países. O seu sistema entra como um ferro no sangue das nações que a receberam. Levantaram-se os huguenotes franceses, os puritanos ingleses, os escoceses, os holandeses, os da Nova Inglaterra; gente valorosa, livre e temente a Deus. Prostrando o homem diante de Deus, mas exaltando-o novamente na consciência de uma libertade, nascida de novo em Cristo; mostrando a sua escravidão por causa do pecado, mas restaurando-o na liberdade mediante a graça; guiando-o para que veja todas as coisas à luz da eternidade, contribuiu para formar um tipo vigoroso, mas nobre e elevado de caráter, criou uma raça que não se intimida em levantar a cabeça diante dos reis.

Extraído de James Orr, El Progreso del Dogma, pág. 233

terça-feira, agosto 14, 2007

O conhecer a Deus

Como a majestade de Deus ultrapassa em si mesma a capacidade do entendimento humano e inclusive lhe é incompreensível, temos que adorar a sua grandeza mais do que examiná-la para que não nos encontremos afligidos com tão grande percepção. Por isto devemos buscar e considerar a Deus em Suas obras, às quais a Escritura chama, por esta razão, de "manifestações das coisas invisíveis" (Rm 1:19-20; Hb 11:1), pois nos manifestam o que de outro modo não podemos conhecer do Senhor.

Extraído de Juan Calvino, Breve Instrucción, págs. 10-11

sábado, agosto 04, 2007

A Igreja Católica é a Igreja verdadeira?

É certo que somos pecadores e abundam os vícios entre nós, e que muitos de nós caimos freqüentemente e desfalecemos muitas vezes; todavia, a vergonha me impede ter o atrevimento de vangloriar-me (até onde a verdade o permite) de sermos melhores que vocês e isto em todos os aspectos. Contando que não pretenda, porventura, exceptuar a Igreja Católica Romana, formosíssimo santuário de toda santidade, a qual uma vez aberta as cortinas das janelas e, desfeitas as barreiras da autêntica disciplina e pisoteada a honestidade, está tão transbordante de toda espécie de maldades que com grande dificuldades poderá se achar em toda a história um exemplo semelhante de tão grande abominação.

Extraído de Juan Calvino, Respuesta al Cardenal Sadoleto, pág. 53

quinta-feira, maio 10, 2007

O testamento de Calvino

A última vontade e testamento de João Calvino

Em nome de Deus, seja conhecido de todos os homens e por aqueles que estão presentes, que no dia 25 de Abril do ano de 1564, eu Peter Chenelat, cidadão e tabelião de Genebra, fui procurado pelo honrado João Calvino, ministro da Palavra da Deus na Igreja de Genebra, e burguês da dita Genebra, que estando doente e indisposto em corpo somente, declarou-me a sua intenção de fazer o seu testamento e declaração de sua última vontade, solicitando-me escreve-la conforme poderia por ele ser ditada e pronunciada no seu declarado desejo, tenho feito, e escrito-a sob a sua ordem, e de acordo com o que ele ditou e pronunciou, palavra por palavra, sem omitir ou, acrescentar nada – na forma como segue:

Em nome de Deus, eu João Calvino, ministro da Palavra de Deus, na Igreja de Genebra, sentindo estar em declínio [de saúde], por causa de diversos males, e que não posso senão pensar que isto seja da vontade de Deus para tirar-me em breve deste mundo, e sendo aconselhado a fazer e firmar por escrito o meu testamento e declaração da minha última vontade da forma como segue:
Em primeiro lugar, dou graças a Deus, não só porque teve compaixão de mim, uma pobre criatura sua, ao tirar-me do abismo da idolatria no qual eu estava atolado, de modo a guiar-me para a luz do seu evangelho e tornar-me um participante da doutrina da salvação, da qual eu era inteiramente indigno, e continuando em sua misericórdia, Ele tem me suportado em meio a muitos pecados e oscilações, que eram tais, que eu bem merecia ser rejeitado por Ele uma centena de vezes – mas pelo contrário, Ele estendeu-me a sua misericórdia para que eu e meu labor pudéssemos conduzir e anunciar a verdade do seu evangelho; protestando que é meu desejo viver e morrer nesta fé, a qual foi-me conferida, não possuindo outra esperança, nem refúgio, exceto em sua gratuita adoção, sobre a qual toda a minha salvação está fundamentada; abraçando a graça que Ele tem-me entregue, em nosso Senhor Jesus Cristo, e aceitando os méritos da sua morte e sofrimento, de modo que, por estes meios, todos os meus pecados estão sepultados; e orando-lhe para lavar-me e purificar-me pelo sangue deste grande Redentor, que foi derramado por nós, pobres pecadores, que eu possa comparecer diante de sua face, carregando a sua imagem tal como ela era.
Também protesto que tenho diligentemente, de acordo com a medida da graça que me é dada, ensinar a sua Palavra com pureza, tanto em meus sermões como em meus escritos, e expondo fielmente a Sagrada Escritura; e ainda, que em toda disputa que tive com os inimigos da verdade, nunca fiz uso de sutis artimanhas, nem de sofismas, senão que tenho me esforçado em agir honestamente ao manter o debate. Mas ai de mim! Pois, o desejo que tive, e o zelo, se podem assim ser chamados, foram tão frios e tão lentos que sinto que sou um devedor a tudo e em toda parte, e que isto, não foi por sua infinita bondade, toda afeição que tive poderia ser como fumaça, e não somente isto, que desde os favores que Ele me concedeu poderiam senão render-me maior culpa; de modo que o meu único recurso é este, que sendo Pai de misericórdia, Ele me apresentará diante do Pai, sendo eu um tão miserável pecador. Além disso, desejo que o meu corpo, após o meu falecimento, seja enterrado conforme o modo usual, para a espera do dia da bendita ressurreição.
A respeito dos poucos bens terrenos que Deus me deu aqui para dispor-los, eu nomeio e indico como o meu único herdeiro, meu amado irmão Antony Calvino, mas somente como honrado herdeiro, concedendo-lhe o direito de possuir nada mais, senão a taça que ganhei de Monsieur de Varennes,[1] e suplico-lhe que fique satisfeito com isto, como eu estou bem certo de que ele será, pois ele sabe que fiz isto por nenhuma outra razão, senão que o pouco que deixo possa permanecer para os seus filhos. Em seguida, deixo para a Academia dez moedas de cinco xelins, e para o tesouro dos pobres estrangeiros a mesma soma.[2] Igualmente, para Jane, filha de Charles Costan e minha meia-irmã,[3] por assim dizer, por parte de pai, a soma de dez moedas de cinco xelins; e ainda, para cada um de meus sobrinhos, Samuel e João, filhos de meu supracitado irmão,[4] quarenta moedas de cinco xelins; e para cada uma de minhas sobrinhas, Anne, Susannah e Dorothy deixo trinta moedas de cinco xelins. Também para o meu sobrinho David e seu irmão, pois ele tem sido imprudente e inseguro, deixo-lhe, porém, vinte e cinco moedas de cinco xelins como uma punição.[5] Este é o total de todos os bens que Deus me deu, de acordo com o que fui capaz de avaliar e estima-los, quer sejam em livros,[6] mobília,[7] objetos de prata, ou qualquer outra coisa. De qualquer modo, é possível que o resultado da venda remonte a alguma coisa mais, entendo que poderia ser distribuído entre meus citados sobrinhos e sobrinhas, sem excluir David, se Deus tiver lhe concedido graça para ser mais moderado e sério. Mas, creio que a respeito deste assunto não haverá dificuldade, especialmente quanto as minhas dívidas que serão pagas, como tenho encarregado a meu irmão em quem confio, nomeando-o executor deste testamento junto ao respeitável Laurence de Normandie, concedendo-lhes poderes e autoridade para fazer um inventário sem qualquer forma judicial, e negociar minha mobília para levantar dinheiro dela de modo a consumar as orientações deste testamento como ele está aqui firmado por escrito, neste dia 25 de Abril de 1564.
Testemunho com a minha mão,
JOÃO CALVINO.

Após ser escrito como está acima, no mesmo instante o citado respeitável Calvino subscreveu com a sua usual assinatura o registro do citado testamento. E no dia seguinte, que foi 26 do mês de Abril, o citado respeitável Calvino chamou pela uma segunda vez junto aos respeitáveis Theodore Beza, Raymond Chauvet, Michael Cop, Louis Enoch, Nicholas Coladon, Jacques Desbordes, ministros da Palavra de Deus nesta igreja, e o respeitável Henry Seringer, professor de letras, todos os burgueses de Genebra, na presença de quem ele declarou que tinha determinado-me escrever sob ele, e com o seu ditado, o citado testamento na forma, e com as mesmas palavras que estão acima, dizendo-me para que o lesse em alta voz na presença das ditas testemunhas convidadas para este propósito, o que eu fiz com uma voz audível, e palavra por palavra. Depois desta leitura, ele declarou que esta era a sua vontade e último disposição, desejando que pudesse ser realizado. E assim, para maior confirmação do mesmo, solicitou as pessoas supracitadas que também assinassem-na comigo, em Genebra, na rua chamada Des chanoines, na residência do citado testador. Com fé disto, e para servir por suficiente prova, tenho redigido na forma como acima está apresentado o presente testamento, de modo a expedi-lo a quem o é de direito, sob o comum selo dos nossos mais honrados senhores e superiores e com a minha usual assinatura.
Testemunho com a minha mão,
P. CHENELAT.

Notas:
[1] Nota do editor: Guilhaume de Trie, Lorde de Varennes. Ele morreu em 1562, deixando a guarda de seus filhos à Calvino.
[2] Nota do tradutor: Este “tesouro dos pobres estrangeiros” era um fundo de reserva que a cidade de Genebra tinha para socorrer os refugiados, que por motivos políticos ou teológicos eram expulsos de suas pátrias, e procuravam acolhida nesta cidade. Durante o retorno de João Calvino para Genebra esta cidade em pouco tempo tornou-se não somente um local de referência para a Reforma teológica, mas também para o pensamento econômico, político e social. O próprio Calvino sabia o que era andar errante como um “pobre estrangeiro”.
[3] Nota do editor: Mary, filha de um segundo casamento de Gérard Calvino. Ela deixou Noyon em 1536, para acompanhar os seus irmãos, João e Antony para a Suíça.
[4] Nota do editor: Anthony Calvino teve com a sua primeira esposa dois filhos, Samuel e Davi, e duas filhas, Anne e Susannah; com a segunda, um filho, João, que morreu sem deixar posteridade em 1601, e três filhas, Dorothy, Judith e Mary, que morreram da praga em 1574.
[5] Nota do editor: Este David, bem como o seu irmão Samuel, foram deserdados por Antony Calvino, por causa de sua “desobediência”.
[6] Nota do editor: Os livros de Calvino foram comprados após a sua morte pelo lorde, como podemos ver nos registros do concílio do dia 8 de Julho de 1564: “resolvido comprar para a república os tais livros do senhor Calvino, como o senhor Beza melhor julgar.”
[7] Nota do editor: Uma parte da mobília pertencia a república de Genebra, como é provado pelo inventário preservado nos arquivos (No. 1426). Extraímos desta lista os artigos emprestados para o reformador, do dia 27 de Dezembro de 1548, e devolvidos ao lorde após a sua morte.

Extraído de Letters of John Calvin: Select from the Bonnet Edition with an introductory biographical sketch (Edinburgh, The Banner of Truth Trust, 1980), pp. 249-253.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Calvino e o Presbiterianismo

João Calvino ensinou que a forma de governo presbiteriana é a mais bíblica. Aqui os presbíteros (presbyteroi) têm que ser eleitos pela congregação, governar a igreja sob a liderança de Jesus Cristo (Institutas IV.3:1-16, Comentário de 1 Pedro 5:1-4; Atos 14:23). A Palavra de Deus reveste de autoridade apenas estes homens, que são dotados pelo seu Espírito para servir (Comentário de 1 Timóteo 2:11-3:16; Institutas IV.11:1).

A forma de governo presbiteriana, disse Calvino, foi fundada, à princípio, no Antigo Testamento (Êxodo18:13ss; Números 11:16ss). E, então ela foi usada pelos apóstolos no Novo Testamento (Institutas IV.3:1-16). Além disso, ela foi o governo bíblico usado na verdadeira igreja desde os dias dos apóstolos. Neste sistema de governo há uma série de tribunais: na nível local há o Conselho (ou Consistório); o seguinte é o Presbitério (ou Classe [neste nível "A Comunhão de Pastores de Genebra" que se reuniam regularmente e examinavam os candidatos ao ministério]); finalmente, há a Assembléia Geral ou Sínodo (o mais alto tribunal eclesiástico), que se reúne somente em ocasiões indeterminadas (Institutas IV.8:9; Comentário de Atos 15:6). De acordo com Calvino, que o Catolicismo Romano antes de se tornar corrompido era o bíblico presbiterianismo (Institutas IV.5-7).

Extraído de W.Gary Crampton, What Calvin Says, p. 96