sexta-feira, outubro 27, 2006

O método da Teologia Sistemática

O estudo metodológico da Bíblia que analisa a Escritura Sagrada como uma completa revelação, em distinção das disciplinas de Teologia do Antigo Testamento, Teologia do Novo Testamento e Teologia Bíblica, as quais se aproximam das Escrituras como uma revelação progressiva. Deste modo, o teólogo sistemático analisa as Escrituras como uma revelação completa, buscando entender holisticamente o plano, propósito e a intenção didática da mente divina revelada na Sagrada Escritura, e organizar este plano, propósito e intenção didática de modo ordenado e apresentação coerente como artigos da fé cristã.

Extraído de Robert L. Reymond, A New Systematic Theology of the Christian Faith, p. xxv-xxvi

A natureza da Teologia Sistemática

É aquela disciplina teológica em que o dogmático, numa relação orgânica com a igreja do passado, bem como do presente, propõe esclarecer das Escrituras o verdadeiro conhecimento de Deus, ao confirmar em alguma forma sistemática, e depois comparar os dogmas existentes com a Escritura, conduzindo o conhecimento de Deus ao mais alto estado de desenvolvimento.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, vol. 1, p. 6

O que é dogmática?

A dogmática é a descrição sistemática dos conteúdos e correlação mútua das verdades (dogmata) reveladas na Palavra de Deus.

Extraído de G.H. Kersten, Reformed Dogmatics, vol. 1, p. xiii

sábado, outubro 21, 2006

O testemunho do milagre

Não que nos milagres se revele um poder maior que o que se encontra no curso ordinário das coisas. Todas as coisas que Deus trás à existência é obra de sua singular onipotência. Mas, nos milagres Deus usa outro caminho que se esperava dele, conforme o curso normal dos acontecimentos. Na Escritura muitas vezes, se pode discernir esta “outra maneira” da obra de Deus, e assim oferece o fundamento do caráter testemunhal dos milagres. Desse modo, se explica a origem do assombro.

Extraído de G.C. Berkouwer, The Providence of God, p. 231

Entendimento acerca do milagre

Temo que uma quantidade de cristãos contemporâneos, com seu conceito de milagres como sendo atos sobrenaturais, e com seu conhecimento da medicina e psicologia atual, duvidariam do caráter miraculoso das curas relatadas nas Escrituras se as mesmas ocorressem na Europa de hoje... [porque] o sobrenatural sempre foi, é, e sempre será, um asylum ignorantiae em que alguém pode classificar tudo e cada coisa que não se pode explicar. (...) [por isso] estou convencido que de modo algum é necessário estabelecer intervenções sobrenaturais como uma explicação dos milagres que as Escrituras relatam. Todos que usam o sobrenatural como uma explicação, se privam do discernimento que poderiam alcançar enquanto a verdadeira natureza desses acontecimentos.

Extraído de J.H. Diemer, Nature and Miracle, pp. 21-23

A natureza do milagre

Um milagre não é sinal de que um Deus, normalmente ausente, se faz momentaneamente presente, ... [mas], é um sinal de que Deus, por um momento e com um propósito especial, está transitando por caminhos que normalmente não transita, ...um sinal de que Deus, sempre presente em poder criador, está operando aqui e agora, de uma maneira que não é familiar.

Extraído de Lewis Smedes, Ministry and the Miracle, pp. 48-49

A falsa distinção no milagre

A partir da Palavra de Deus, é evidente que todas as obras de Deus são miraculosas, porque as obras de Deus são maravilhosas. Por esta razão a questão não é se algo é natural ou sobrenatural - o que muitas vezes tem se discutido em relação a idéia de milagre - é irrelevante e está baseado sobre uma errônea noção da relação entre Deus e o mundo. Este debate não pertence propriamente a Teologia Reformada, mas, ela é na realidade uma noção deística. Qualquer um que crê na concepção reformada da providência de Deus, certamente entenderá e confessará que a distinção entre natural e sobrenatural é falsa. As coisas ou eventos que chamamos de naturais são sempre obras de Deus, manifestações do onipresente poder de Deus que sustenta e governa todas as coisas. A natureza nada realiza por si mesma.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, p. 343

terça-feira, outubro 17, 2006

Semente do relativismo doutrinário

Todos devem estar cientes de que há nos dias de hoje um grande preconceito contra doutrina – ou, como é muitas vezes chamada – “dogma” – na religião; uma grande desconfiança e aversão ao pensamento claro e sistemático a respeito de coisas divinas. Os homens preferem, não se pode deixar de notar, viver numa religião de nebulosidade e indefinição com relação a esses assuntos. Querem que o seu pensamento seja fluido e indefinido – algo que possa ser mudado com os tempos, e com as novas luzes que eles acham estarem constantemente aparecendo para iluminá-los, continuamente adquirindo novas formas e deixando o que é velho para trás.

Extraído de James Orr, Sidelights on Christian Doctrine, p. 3

sexta-feira, outubro 13, 2006

O padrão ético

A ética está em conformidade com certos padrões, princípios e leis. Ela pressupõe e tacitamente assume que existe um padrão, uma lei acima de um ser ético, e que este ser ético está obrigado a ser e agir em conformidade com este padrão.

Extraído de Herman Hoeksema, Reformed Dogmatics, vol.1, p. 132.

O ideal ético

O ideal ético, se quiser assegurar o seu caráter absoluto, indica para uma base eterna no Ser absoluto. Levando-nos para a concepção de Deus como um ser eticamente perfeito, fonte e origem da verdade moral, fonte da lei moral, que como vimos está comprometida com o Cristianismo.

Extraído de James Orr, Concepción Cristiana de Dios y el Mundo, p. 139.

Fonte da ética

A ética secular, assim como a epistemologia secular, procura encontrar um absoluto em qualquer lugar que não seja na Palavra de Deus. Portanto, ela busca um padrão ético nos mais prováveis lugares: no subjetivismo humano (existencialismo), no mundo empírico (teleologia), na lógica, ou na razão (deontologia).

Extraído de John M. Frame, The Doctrine of God, p. 194.

Exemplo ético

Se Jesus deu-nos um exemplo que devemos seguir os seus passos, e, se a ética cristã é deste modo definida, então a maior necessidade característica do modo de vida e conduta cristã é obedecer aos mandamentos de Deus.

Extraído de John Murray, The Claims of Truth in: Collected Writings of John Murray, vol. 1, p. 181

quarta-feira, outubro 04, 2006

O poder transformador das Escrituras

Elas têm mudado seus corações. Alguns por lerem as Escrituras têm se tornado outras pessoas; tem sido feitos santos e graciosos. Por lerem outros livros o coração é inflamado, mas por lerem as escrituras ele é transformado. 2. Co. 3:3. “Estando já manifestos como cartas de Cristo, produzida pelo vosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente”. A Palavra foi escrita dentro de seus corações, e elas são provenientes da carta de Cristo, de tal modo que outros podem ler Cristo neles. Se você colocar um selo sobre a escultura, e colocar um carimbo nele, haverá uma notável virtude neste selo; então quando o selo da Palavra tem um carimbo da graça celestial, há necessidade de haver um poder agindo com a Palavra, não menos que divino. Isto conforta seus corações. Quantos cristãos têm passado por rios de lágrimas, a Palavra tem gotejado como mel, e docemente revive-os. O principal conforto do cristão é extrair as fontes de salvação. Rm. 15:4. “é pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. Quando a pobre alma está pronta para a morte, não há nada para confortá-la senão o estímulo das Escrituras. Quando está doente a Palavra revitaliza-o 2 Co.4:17. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória”. Quando está deserta a Palavra pinga-nos o óleo dourado da alegria. Lm. 3:31. “O Senhor não rejeitará para sempre”. Ele modifica sua providência, não seu propósito; ele tem os olhos de um inimigo, mas o coração de um pai. Assim a Palavra tem o poder de confortar o coração. Sl.119:50 “O que me consola na minha angústia é isto, que a tua Palavra me vivifica”. Como vida é transmitida pelas artérias do corpo, assim os confortos divinos são transmitidos através das promessas da Palavra. Agora as Escrituras tem esta alegria, o poder de confortar o coração deles, mostra claramente que eles são de Deus, e que foi ele que colocou o leite da consolação em seus seios.

Extraído de Thomas Watson, A Body of Divinity, p. 29.

Tarefa de supervisão dos presbíteros

É na igreja que a supervisão é exercida. Existe aqui uma sutil e necessária distinção. Enquanto a supervisão é sobre a igreja, ela não está acima de algo da qual os presbíteros se isentam. Os presbíteros não são senhores sobre a herança do Senhor; eles mesmos fazem parte do rebanho e devem ser exemplos para ele. A Escritura tem um modo singular de enfatizar a unidade e diversidade, e neste caso, a diversidade que reside no exercício do governo é mantida na mesma proporção em que lembramos que os presbíteros também são sujeitos ao governo que eles exercem sobre outros. Presbíteros são membros do corpo de Cristo e estão sujeitos à mesma espécie de governo da qual eles são administradores.

Extraído de John Murray, Collected Writings: The Claims of Truth, vol.1, p. 262.

Deveres dos presbíteros docentes

Um dos seus mais solenes deveres é vigiar a vida e o trabalho do pastor. Se o pastor não leva uma vida exemplar os presbíteros regentes da igreja devem chamar-lhe a atenção, e corrigi-lo. Se não é tão diligente em sua obra pastoral como deveria sê-lo, devem estimulá-lo para que tenha maior zelo. Se a falta de paixão que deve caracterizar a pregação da Palavra de Deus, os presbíteros regentes devem dar os passos necessários para ajudá-lo a superar tal defeito. E, se a pregação do pastor, em qualquer assunto de maior ou menor importância, não está de acordo com a Escritura, os presbíteros não devem descansar até que o mal tenha sido resolvido.

Extraído de R.B. Kuiper, El Cuerpo Glorioso de Cristo, p. 132.

Onisciência divina e oração

Deus previu as nossas orações antes da fundação do mundo. Ele preparou a resposta as nossas orações em toda a estrutura do universo. Ele sabia que oraríamos, e que oraríamos numa maneira espontânea como um filho clama a seu pai. Deus colocou o universo sobre um princípio de relacionamentos pessoais em que Ele responde a oração, e podemos, em um sentido, entender Sua amorosa provisão somente com base na Sua onisciência.

Extraído de J.O. Buswell, A Systematic Theology of the Christian Religion, vol. 1, p. 61